Projeto que não tinha aval da prefeitura foi derrubado.
A maioria dos vereadores de Belo Horizonte votou contra o projeto que cria a Tarifa Zero para acesso ao transporte público na capital. Sem apoio da base do prefeito Álvaro Damião (União), a proposta acabou rejeitada por 10 votos a favor e 30 contra.
A vereadora Iza Lourença (PSOL), que propôs o texto, já convocou uma manifestação para domingo, em Belo Horizonte. “Muitas vitórias começam com derrotas. Será este o caso”, afirmou.
O projeto do “Tarifa Zero”, que prevê gratuidade para as linhas dos ônibus municipais de Belo Horizonte, começou os seus trâmites em fevereiro de 2025. A proposta passou pelas comissões da Casa com ressalvas e na última comissão, de Orçamento e Finanças, acabou não tendo um parecer final por desacordo entre os vereadores. O executivo resiste à proposta alegando que não tem recursos para ampliar o subsídio dado às empresas de ônibus para manter o sistema, atualmente na casa dos R$ 700 milhões anuais. Os defensores da proposta afirmam que o valor gasto pela prefeitura já é muito elevado e não tem evitado o aumento de passagens ou resultado em melhoria efetiva dos serviços.
O custo total do transporte de passageiros, de acordo com a administração municipal, gira em torno de R$ 1,8 bilhão por ano. A expectativa dos organizadores do movimento Tarifa Zero em Belo Horizonte, é que este valor chegue a R$ 2,1 bilhões pelo aumento de demanda provocado pela gratuidade ampla no transporte público, o que significaria um aporte extra de R$1,4 bilhão em relação aquilo que a prefeitura já coloca no transporte municipal. Para cobrir a diferença, o projeto propõe a criação de uma taxa que seria cobrada das empresas em substituição ao vale-transporte. Conforme os apoiadores da proposta, o valor do vale transporte na cidade seria zerado e as empresas com mais de 10 funcionários teriam que pagar uma taxa referente ao transporte de cada funcionário
