Criminosos abrem CNPJ e atuam na economia formal.
Distanciando-se de um foco único no tráfico de armas e drogas, facções criminosas têm ganhado ainda mais capilaridade a partir da infiltração em setores formais da economia nacional. Com a criação de negócios formais, que foram abertos para lavar o dinheiro obtido na criminalidade, grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) lucram cifras bilionárias e geram prejuízos altíssimos ao governo. A sonegação estimada em apenas três anos supera o Produto Interno Bruto (PIB) de 852 cidades mineiras.
O crime já alcançou uma diversificação econômica impressionante. Neste ano, operações da Polícia Federal (PF) já identificaram redes de motéis, lojas de conveniência, postos e distribuidoras de combustíveis, além de fintechs, com a administração de criminosos. Somente em três ramos de atuação, bebidas, combustíveis e cigarros –, estima-se que a sonegação de impostos tenha chegado perto de R$ 62 bilhões no Brasil entre 2020 e 2023. Os dados foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que mapeou a penetração de quadrilhas na economia do país.
A receita das organizações criminosas só não é maior que o PIB da cidade de Belo Horizonte que é a sexta maior do país, tem o PIB de R$ 105,8 bilhões, segundo dados da Fundação João Pinheiro. O cenário evidencia a gravidade do não pagamento de impostos no Brasil, que ganha contornos ainda mais sérios com a nova face do crime organizado.
